(67) 99634-2150 |
Bela Vista-MS Sexta-Feira, 29 de Março de 2024

mara 34

Operação da PF confirma denúncia de deputada sobre fraude em documentos indígenas

A operação Coiote Kaiowá, da Polícia Federal, deflagrada nas cidades de Amambai e Aral Moreira nesta terça-feira (24), confirmou as denúncias que a deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) vinha fazendo nos últimos meses, de que documentação para indígenas vinha sendo comercializada, permitindo a entrada, sobretudo, de paraguaios em território nacional.

Uma organização criminosa, suspeita de atuar em esquema de fraudes na confecção de registros e certidões de nascimento de indígenas, foi presa ontem pela Polícia Federal, que cumpriu quatro mandados de prisão preventiva, além de três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal.

A investigação apurou que a quadrilha atuava desde 2012, produzindo registros de nascimento ideologicamente falsos com objetivo de conseguir aposentadorias rurais para indígenas paraguaios e “indígenas fantasmas”.

Conforme reportagem do G1 MS, o benefício é pago pelo INSS somente a indígenas brasileiros porque são considerados segurados especiais, por trabalharem, geralmente, em atividades rurais ou extrativista artesã.

Os investigados se apropriavam do valor do benefício, de acordo com a investigação. Entre os presos, estão um indígena, ex-capitão da Aldeia Guassuty, em Aral Moreira, e um casal proprietário de uma financeira especializada em crédito consignado.

A organização lucrava recebendo as aposentadorias desses indígenas inexistentes e potencializava o ganho mediante contratação de empréstimos consignados fraudulentos. Os documentos falsos eram usados pelos investigados para falsificar RG e certidões de atividade rural da Funai (Fundação Nacional do Índio).

A polícia estima prejuízos em torno de R$ 4 milhões ao INSS, mas, o valor pode ser bem maior.

Há muitos meses Mara Caseiro vem alertando, em seus pronunciamentos na Assembleia Legislativa, sobre a entrada de paraguaios no País, que se passam por indígenas brasileiros para receber benesses do governo, como cestas básicas e aposentadoria.

Esses paraguaios e indígenas fantasmas acabam invadindo propriedades particulares e influenciando as comunidades locais a também promover a baderna.

“Eles levam nossos indígenas, que são pacíficos, e que querem apenas o direito à sobrevivência, a também invadir propriedades particulares, produtivas e legalmente tituladas. E quem paga a aposentadoria, os benefícios que essas pessoas recebem? Nós brasileiros”, disparou a parlamentar.

Mara Caseiro também questionou a possibilidade de envolvimento de organizações nacionais e internacionais de “apoio” aos povos indígenas nessa fraude.

“Será que isso partiu da cabeça dos indígenas ou saiu da cabeça de gente do mal, que quer se aproveitar dessas comunidades? Mais uma vez fica claro que algo de muito errado tem acontecido em nossas aldeias, com muitas mentiras que só provocam a guerra no campo”, afirmou.

A deputada concluiu afirmando que esse tipo de crime ainda ocorre no país devido à inércia do Governo Federal, que nem ao menos tem controle sobre o número de indígenas e de terras indígenas em território nacional, permitindo que organizações como o Cimi se aproveitem dessa falta de atitude do governo aliada à fragilidade das comunidades indígenas.