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Bela Vista-MS Sábado, 20 de Abril de 2024

Negociação do horário de Natal para o Comércio de MS continua sem acordo

Campo Grande (MS) – Comerciantes de Campo Grande e interior de Mato Grosso do Sul estão relutantes em conceder salários dignos e condições justas de trabalho aos empregados. Com isso continua emperrada a negociação do horário especial de funcionamento do setor para as vendas de Natal, criticam os comerciários, por intermédio de suas entidades de classe.

O maior entrave na negociação é a reposição das perdas salariais para a inflação e o estabelecimento de um  percentual de reposição que represente ganho real para os salários dos trabalhadores, afirma Pedro Lima, presidente da Federação dos Empregados no Comercio de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS.

Existem casos mais graves como em Nova Andradina e Ponta Porã onde as classes patronais estão sendo acusados de semear a discórdia entre seus empregados para enfraquecer as entidades laborais que os representam e que estão buscando fechar a Convenção Coletiva de Trabalho 2017/18, com percentuais de reajuste salariais decentes, que cobrem não apenas o acumulado da inflação como também um ganho real.

Em Nova Andradina, por exemplo, os comerciantes além de oferecerem apenas 2% de reajuste salarial aos empregados  estariam também divulgando inverdades sobre as entidades que os representam em sobre a legislação em vigor,  denúncia a diretoria do Sindicato dos Empregados no Comércio de Nova Andradina e região.

“Esses 2% oferecidos pela classe patronal representa um acréscimo salarial de apenas R$ 20,00 que não cobrem sequer as perdas para o acumulado da inflação dos últimos 12 meses”, criticou Márcio S. Albuquerque, presidente do SEC Nova Andradina.

Outra questão grave apontada pela entidade é o procedimento orquestrado de alguns empresários da cidade e de diretores do sindicato patronal, que estariam trabalhando para enfraquecer o sindicato laboral e com isso, consequentemente, enfraquecer os trabalhadores e suas famílias no processo de negociação salarial e outros benefícios.

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Pedro Lima, presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS mostrou-se indignado com o procedimento de comerciantes e da entidade patronal de Nova Andradina e Ponta Porã. Ele disse que se trata de  “políticas anti-sindicais”  em prejuízo não apenas dos empregados no comércio como também de suas famílias.

Márcio Albuquerque lembra que se os comerciantes não sentarem para negociar propostas decentes em benefício dos trabalhadores, a entidade não vai negociar a abertura especial do setor para as vendas de final de ano.

PONTA PORà– Em Ponta Porã está acontecendo o mesmo problema. Comerciantes querendo ganhar sozinhos, sem dividir parte do lucro com seus empregados. Eles recorreram à Prefeitura que baixou um decreto autorizando a abertura do comércio em horário especial em dezembro.

Divino José Martins, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio da cidade mostrou-se indignado com a atitude dos comerciantes e recorreu à Câmara de Vereadores, por intermédio de ofício, para derrubada do decreto, uma vez que existe uma legislação federal que deixa bem claro que acordos dessa natureza entre comerciantes e comerciários, só pode ser feita mediante Convenção Coletiva de Trabalho e de nenhuma outra forma. “Contamos com o bom senso dos vereadores que analisarão que um decreto municipal não pode, de forma alguma, sobrepor a uma lei federal”, afirma Divino. Além disso a assessoria jurídica da entidade estuda também entrar com ação na justiça para derrubada do decreto.

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Ponta Porã está negociando a CCT diretamente com empresas do município. Desta forma, dispensando a participação do sindicato patronal. Os acordos fechados até agora, segundo Divino José Martins, estão sendo muito melhores do que o oferecido pelo sindicato patronal.

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ACORDOS FECHADOS – Até agora, apenas as cidades de Corumbá, Aquidauana e Anastácio fecharam acordo da CCT2017/18 e já estabeleceram horário especial de abertura do comércio para as vendas de Natal. As demais cidades, por força de lei federal, não podem abrir sem acordo.

Wilson Aquino