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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
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Maioria dos assassinatos de indígenas tem outro índio como autor, diz secretário

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Sílvio César Maluf, apresentou hoje (3), na Assembleia Legislativa, dados que comprovam que a maioria dos assassinatos de indígenas ocorridos em Mato Grosso do Sul tem outro índio como autor. Ele foi ouvido pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a ação/omissão do Estado nos casos de violência praticados contra os povos indígenas entre 2000 e 2015.

Conforme as estatísticas, foram registrados 266 boletins de ocorrência envolvendo a morte de índios entre 2007 e 2015. De acordo com o secretário, 191 casos têm autoria conhecida. Desse total, 171 homicídios têm como autor um índio, e apenas 12 crimes foram cometidos por não índios.

Quase metade desses homicídios (47,64%) tem como autor adolescentes entre 12 e 17 anos. O restante dos crimes foi cometido por adultos.

Na opinião da deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), vice-presidente da CPI, os dados comprovam que os produtores rurais não são responsáveis pelo massacre dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul, conforme ONGs nacionais e internacionais divulgam na imprensa.

Ela questionou o secretário de Segurança se há registros de ocorrência de ataques de fazendeiros a aldeias indígenas. Sílvio César Maluf respondeu garantindo desconhecer qualquer caso dessa natureza. De acordo com ele, as mortes de índios acontecem durante conflitos, que ocorrem justamente quando há invasão de terras particulares.

Diante da confirmação de que não existe ataques de fazendeiros a indígenas nos registros da polícia e de que a ocorrência de mortes nesse contexto acontece em meio a conflitos por terras, Mara Caseiro afirmou que a culpa por essas mortes é de quem incita os índios a invadir propriedades particulares.

“Há indícios de que esse papel esteja sendo desempenhado em Mato Grosso do Sul pelo Conselho Indigenista Missionário, e é isso que vamos investigar a fundo na CPI do Cimi”, afirmou.

A próxima oitiva está agendada para dia 10 de dezembro, às 14h, no plenário Deputado Júlio Maia. Deverá ser ouvido pela comissão o delegado-geral da Polícia Civil, Roberval Maurício Cardoso Rodrigues.