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Bela Vista-MS Terça-Feira, 15 de Abril de 2025

“Mato Grosso do Sul mostrou seriedade e profissionalismo que contrasta com a burocracia de outros lugares do mundo onde nós atuamos. Aqui encontramos um ambiente profissional sem burocracia e que criou o cenário favorável de negócios que prometeu. Quando nós juntamos competência e excelência com certeza nesse Estado pode ser desenvolvido qualquer negócio global”.

A afirmação acima é do CEO global da Arauco, Cristián Infante, no lançamento da pedra fundamental da quinta fábrica de celulose em solo sul-mato-grossense, no município de Inocência. O evento aconteceu nesta semana e foi onde ele fez esse reconhecimento ao protagonismo do Estado como um destino global de grandes investimentos.

A capacidade de aliar segurança jurídica, oferta de matéria-prima e políticas públicas confiáveis reforça a imagem do Mato Grosso do Sul como polo de investimentos. Celulose, cana-de-açúcar, avicultura, suinocultura, amendoim e a citricultura são apenas algumas das atividades que mudaram o perfil do Estado, antes inserido no binômio soja e boi.

Esta explosão de investimentos mais precisamente no setor de celulose foi abordada pelo secretário de Estado, Jaime Verruck, durante a palestra do Fórum Agro Lide, na Expogrande, na quinta-feira (10). Ele citou a fala do CEO da Arauco para ilustrar o momento favorável que o Estado vem passando.

“Muitos de vocês já viram, a gente se autodesignou Vale da Celulose, no Mato Grosso do Sul. Isso já pegou no mundo. As pessoas perguntam: por que Vale da Celulose? E a gente explica: temos o Estado da arte da tecnologia em celulose, da clonagem de eucalipto, da produtividade e da sanidade florestal. Estamos avançando agora na logística, com investimentos em ferrovias para ampliar a competitividade. Quando se fala em celulose no mundo, se fala em Mato Grosso do Sul”, comentou Verruck.

Já o governador Eduardo Riedel, que participou da abertura do Fórum, destaca o processo de desenvolvimento do Estado a partir da premissa de que o Estado possui potenciais que devem ser explorados, sendo eles o fator de competitividade local no mercado.

“Uma fortaleza gigante e global que temos aqui é a transição energética, a produção de alimentos e a sustentabilidade. Essas são nossas fortalezas. o Governo do Estado apostou alto na atração, diversificação e na completude da cadeia produtiva de todas essas áreas”, frisa.

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Riedel continua ainda afirmando que a Arauco já está com 3,8 mil funcionários ativos trabalhando na construção de sua fábrica em Inocência, um impacto que que gera oportunidades para os produtores da região, e para a população como um todo, com emprego e qualificação.

“Isso faz girar a nossa economia, e por tudo isso que vem acontecendo é que a gente tem expectativa de ser o estado que mais vai crescer”, destaca, lembrando ainda do trabalho de captação de empresas para o Estado, em áreas diversas como piscicultura, suinocultura, entre outros.

“O capital privado vem sendo bem alocado no Estado. Para isso a gente tem que ter esse bom ambiente de negócios que criamos, infraestrutura, atratividade tributária, e segurança jurídica. Não aceitamos desordem, invasão, confusão, estrago. Não tem como um ambiente produtivo ser fértil, onde a gente fica negociando algumas coisas que não cabem mais nos dias de hoje. Tem uma ou outra demanda que a gente pode tratar de outra forma, mas não dessas que citei”, conclui o governador.

Para reforçar esta vocação para a celulose, Verruck apresentou durante sua palestra dados sobre o setor. O secretário salientou que Mato Grosso do Sul é o segundo maior produtor nacional de madeira em tora para papel e celulose, responsável por 24% da produção brasileira do setor, com mais de 1,6 milhão de hectares de florestas plantadas e 30 indústrias de base florestal instaladas.

“Temos o maior parque industrial do Brasil nesse segmento e mais de 26 mil empregos gerados direta e indiretamente pela cadeia florestal”, reforçou.

Durante sua fala, o titular da Semadesc também ressaltou que Mato Grosso do Sul já realizou sua transição energética e hoje possui a matriz mais limpa do Brasil, destacando-se como um estado agroambiental que alia desenvolvimento econômico com responsabilidade climática.

“Nós escolhemos três setores: o florestal, a proteína animal — bovinos, aves, suínos e peixes — e, por fim, o setor da biodiversidade. Confirmamos a estratégia de posicionar o Estado como referência em sustentabilidade. Somos um Estado que contribui para a segurança ambiental do mundo”, afirmou.

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A apresentação trouxe ainda dados que colocam Mato Grosso do Sul entre os líderes nacionais em crescimento do PIB (com projeção de 4,2% para 2025), investimentos públicos (15,3% do orçamento) e geração de empregos com alta qualificação técnica, além da terceira menor taxa de pobreza extrema do país.

Suinocultura de eficiência

Outro setor que destaca Mato Grosso do Sul como polo de empreendimentos é a suinocultura. Isso foi destacado durante o evento 3° Encontro de Lideranças da Suinocultura da ASUMAS, realizado na Expogrande. Para 2025 a projeção é de um crescimento de 49% no plantel de matrizes, alcançando 152 mil fêmeas e fortalecendo ainda mais a cadeia produtiva.

Esse avanço se dá graças a programas de incentivos como o Leitão Vida, além da eficiência e a biosseguridade da atividade no Estado, que atraiu inúmeros investimentos na indústria de suínos de grandes empresas como a Seara, em Dourados, e a Aurora, em São Gabriel do Oeste.

De acordo com o gerente regional de agropecuária da Seara em Dourados, Márcio Polazzo, que participou de mesa redonda no evento junto com secretário Jaime Verruck, o compromisso do Estado em fomentar o setor acabou por atrair o interesse da empresa.

“A posição de mercado, a nossa estratégia de mercado da JBS, é uma estratégia pensando sempre no longo prazo. A consciência que a gente tem de qualquer crescimento econômico é pensando nos momentos de mercado que tem agora e nas projeções que a gente pode ter no futuro. Em Mato Grosso do Sul nós ‘startamos’ tendo um projeto ambicioso de ampliar a nossa unidade de Dourados. Elevando a uma produção que estava em cerca de 4 mil suinos dia para 10 mil suinos por dia”, explicou o gerente, completando.

“Nós traçamos esse plano lá em meados de 2019, 2020. De lá para cá, muita coisa aconteceu. Tivemos a covid e uma crise terrível na suinocultura. Mas acreditamos que esses são ciclos e a gente precisa muito aprender com eles. Isso nos tornou convictos e crentes na continuidade desse crescimento, de tal modo que ao final desse ano ou do ano que vem, talvez a gente já conclua essa nossa planta de abate em Dourados, que é um dos nossos principais polos, o maior polo de suínos do nosso grupo no Brasil”.

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Para finalizar, Polazzo ainda afirmou que o crescimento da empresa no Estado precisa ser sustentável e pautado na performance produtiva, “trabalhando cada vez mais com qualidade dentro dos nossos produtos, com custos competitivos”.

O secretário Verruck reforçou que Mato Grosso do Sul deve crescer este ano cerca de 3,4% neste ano, sendo o estado que mais avança na economia do país em 2025. “Essa força do crescimento vem do equilíbrio fiscal, do domínio constitucional adequado, do investimento privado, da tecnologia, e da modernização”, disse, complementando em seguida.

“Eu acho que a gente pode apresentar isso aqui. A gente apresentou tantas cadeias produtivas novas: soja, florestas, citrus. Já somos os líderes do país na produção de amendoim. Mais uma indústria na área de florestas foi anunciada na semana passada. Então, essa composição faz realmente com que o Mato Grosso do Sul consiga mostrar ao país um modelo que vai do equilíbrio fiscal à parceria público-privada, ao desenvolvimento das pessoas”,

Antes do término da palestra, Verruck ainda ressaltou que o governador tem uma visão estratégica muito clara de onde quer levar o Mato Grosso do Sul, desenvolvendo sua economia a um patamar nunca antes alcançado.

“Queremos levar este Estado adiante, assumindo uma visão estratégica, uma missão de cumprir toda a questão da produção, da sustentabilidade ambiental, da agricultura familiar, da ciência, da tecnologia e da inovação. Isso tudo está muito interligado, e a gente realmente encara isso como uma missão”, concluiu.

Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc
Fotos: Saul Schramm/Secom