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Bela Vista-MS Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
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Marquinhos Trad, candidato do PSD (Foto: Topmidia)

Em pequena vantagem até o momento em pesquisas distintas, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) começou a flertar com Bernal

Campo Grande (MS) – Faltando pouco mais de uma semana para as eleições do dia 2 de outubro, as atenções de alguns candidatos a prefeito de Campo Grande já estão voltadas para eventual segundo turno.

De olhos nas pesquisas de intenções de voto até agora divulgadas, os candidatos que lideram o pleito começaram a se articular na tentativa de amarrar acordos com aqueles que devem ficam pelo meio do caminho, incluindo de partidos nanicos.

Os três principais candidatos ao cargo, o prefeito Alcides Bernal (PP), a vice-governadora Rose Modesto (PSDB) e o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) travam uma verdadeira queda-de-braço na campanha eleitoral deste ano, à frente dos 12 outros concorrentes.

Em pequena vantagem até o momento em pesquisas distintas, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) começou a flertar com o prefeito, mesmo após ser flagrado em ‘grampo telefônico’ autorizado pela Justiça participando de manobra política para cassar o progressista em 2013.

Sobre seu suposto envolvimento na manobra que derrubou o adversário, Marquinhos desconversou na última quarta-feira (21) ao ser questionado pela TV Morena, que cumpre uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito da Capital, dando um prazo de 15 minutos para cada um deles expor suas propostas para os eleitores.

Entrevistado ao vivo pela apresentadora Lucimar Lescano no programa no MSTV, Marquinhos não deu detalhes sobre o grampo telefônico, autorizado pela Justiça, no qual ele aparece conversando com outro envolvido, supostamente tramando a compra de mais votos para derrubar Bernal, conforme questionamento feito pela jornalista.

Como resposta, o candidato do PSD limitou-se a dizer que é “conhecido no Fórum de Campo Grande apenas como advogado e não como réu”.

OUTRO LADO

Apesar de negar em nota pública, o envolvimento do deputado no caso ganhou destaque na Revista Veja, que na edição do dia 1º de setembro publicou reportagem intitulada “Grampo pode complicar a campanha de Marquinhos Trad”.

Segundo a reportagem, Marquinhos Trad afirmou desconhecer o áudio e negou ter interferido no processo de cassação do prefeito.

“Uma dessas mensagens telefônicas, a que Veja teve acesso, mostra o vereador Flávio César Mendes de Oliveira (PSDB) pedindo que o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) acione o irmão Marquinhos para “garantir” votos anti-Bernal. Hoje, Marquinhos é o líder nas pesquisas de intenção de votos na capital sul-mato-grossense. Seu adversário mais imediato é o próprio Bernal”, diz trecho da reportagem assinada pela jornalista Laryssa Borges.

Segundo a publicação, o esquema de distribuição de propina e de cargos públicos em troca de votos no processo de cassação foi desmontado em 2015 pela Operação Coffee Break, da Polícia Federal, em clara referência aos “cafezinhos” cobrados pelos vereadores. Nelsinho Trad e Flávio César acabaram denunciados pelo Ministério Público ao lado de políticos coroados, como o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o então vice-prefeito Gilmar Olarte (Pros). Todos negam irregularidades.

Nos grampos obtidos por Veja, Flávio César envia às 10h04 do dia 20 de dezembro de 2013 mensagem para Nelsinho Trad com pedido direto para que Marquinhos entrasse em campo a fim de garantir mais um voto contra Alcides Bernal. O alvo do assédio de Marquinhos seria o vereador Coringa, nome político usado por Ademar Vieira Junior, do PSD.

“Fala pro Marquinhos ligar pro Coringa só pra não ter surpresa. Ele disse q ta firme conosco mas e mto vulnerável”, pede o vereador Flávio Cesar. Às 13h15 do mesmo dia, Nelsinho confirma ter conversado com o irmão sobre como cabalar votos contra Bernal. “Marcos Trad vai falar com ele e garante”, escreveu.

Ainda segundo a revista de circulação nacional, para investigadores da Operação Coffee Break, as suspeitas são de que Nelsinho Trad, aliado a outros agentes políticos, ofereceu propina a vereadores para conseguir votos em favor da cassação de Alcides Bernal. “No dia 13 de março de 2014, a Câmara de Vereadores de Campo Grande retirou o mandato do prefeito por 23 votos a seis. Entre os votos contra Bernal está o do vereador Coringa, citado no grampo da Coffee Break como a pessoa a ser procurada por Marquinhos Trad”, acrescenta o texto de Veja.