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Bela Vista-MS Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Conflito interno pode levar PMDB a apoiar candidatura do PR na Capital O conflito interno entre lideranças de peso do PMDB, além do iminente esvaziamento do grupo político, pode levar o partido a apoiar a candidatura do PR à Prefeitura de Campo Grande em 2016.
Em princípio, o desejo do ex-governador André Puccinelli, principal expoente do PMDB em Mato Grosso do Sul, é lançar candidatura própria à sucessão do prefeito Gilmar Olarte (PP). No entanto, o plano B seria apoiar o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Edson Giroto, na eventualidade de o projeto do partido não prosperar.
Interlocutores revelaram nesta terça-feira que, embora o PR do ex-deputado estadual Londres Machado tenha firmado um pacto de governabilidade com o governador Reinaldo Azambuja e o seu desejo seja marchar juntos nas próximas as eleições, o confronto na Capital será inevitável diante dos projetos dos dois grupos políticos.
A iminente desfiliação do deputado estadual Marquinhos Trad, campeão de votos nas últimas eleições e uma das fortes opções do partido em 2016, pode dificultar ainda mais a situação dentro do grupo, uma vez que o próprio André Puccinelli garantiu que não há mais interesse em postular o cargo que já ocupou por dois mandatos.
Além do mais, o partido dispõe de nomes de pouca densidade eleitoral para o confronto nas urnas com os principais adversários, com o PSDB do governador Reinaldo Azambuja e o PT do senador Delcídio do Amaral e do deputado federal Zeca do PT.
Restam aos peemedebistas os nomes da deputada estadual Antonieta Amorim e do vereador Paulo Siuf, considerados de pouca expressão se levado em consideração o interesse do partido em retomar o poder na Capital, onde manteve uma hegemonia de mais de duas décadas.
Para analistas, as saídas do ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad, e do ex-deputado federal Fábio Trad, representam uma baixa considerável nos quadros da legenda, até porque vários seguidores em todo Estado devem seguir os seus passos visando compromissos futuros.
Eles resolveram abandonar o partido alegando falta de companheirismo e até traição de alguns correligionários durante as eleições do ano passado, quando parte deles preferiu apoiar a candidatura derrotada de Delcídio do Amaral ao governo e a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Particularmente, o presidente do diretório regional e presidente Assembleia Legislativa, Júnior Mochi, acha que não faltou apoio a Nelsinho durante a campanha na qual seu ex-companheiro de partido sequer passou para o segundo turno das eleições, vencido pelo tucano Reinaldo Azambuja ao derrotar o candidato do PT.
“O partido não gostaria de perder lideranças da dimensão do ex-prefeito Nelson Trad Filho e seus irmãos, Fábio e Marcos Trad, mas não se curvará a qualquer tipo de imposição”, escreveu Mochi, em sua página no Facebook.
Segundo o dirigente, o PMDB é maior do que os projetos pessoais. “Não só lhe garantindo o direito à disputa como também lhe oferecendo todo o apoio político necessário”, acrescentou Mochi, ao reagir a críticas feitas via imprensa por Nelsinho e Fábio.
“O nosso partido não é de propriedade de quem quer que seja, e não existe apenas para o exercício de mandato eletivo”, estocou.
Mochi ainda citou que todos precisam ter “capacidade” de avaliar e assumir os erros e que em nenhum momento o partido gostaria de perder tais lideranças, como Nelsinho, Fábio e Marquinhos Trad, mas que não vai aceitar imposição. “O PMDB é maior do que os projetos pessoais. Nós temos uma história para honrar”.
Reportagem – Willams Araújo