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Bela Vista-MS Terça-Feira, 19 de Março de 2024
Campo Grande 124 anos: conheça curiosidades da indústria na Capital morena

Campo Grande 124 anos: conheça curiosidades da indústria na Capital morena

Você sabia que a rivalidade histórica entre o norte e o sul de Mato Grosso uno impulsionou a instalação de indústrias em Campo Grande? E que a rua 13 de Maio foi o berço das primeiras indústrias locais, há mais de um século? Para marcar o aniversário de 124 anos da nossa cidade morena, contamos essas e outras curiosidades sobre o processo de industrialização da Capital de todos os sul-mato-grossenses.

Rua 13 de Maio: berço dos primeiros empreendimentos industriais

 Atualmente, a rua 14 de Julho é considerada a principal artéria comercial de Campo Grande. Esse papel de destaque surgiu no início do século XX, quando a 14 de Julho atraía o interesse de comerciantes por ligar a cidade à estação de trem da Noroeste do Brasil (NOB), instalada em 1914. No entanto, antes do advento da linha férrea, foi a rua 13 de Maio que serviu como berço para os primeiros empreendimentos comerciais e industriais do jovem município de Campo Grande.

Industria-campo-grande-124-anos

Ainda na década de 1910, a rua 13 de Maio abrigou as primeiras indústrias e casas de importação e exportação de produtos do recém-emancipado município. Elas se instalaram em imóveis situados entre a Avenida Mato Grosso e a igreja de São Francisco de Assis. Havia basicamente indústrias de beneficiamento de arroz, serralherias e olarias.

Rivalidade norte-sul de MT impulsiona indústrias em Campo Grande

 No final da década de 1970, o acelerado crescimento econômico de Campo Grande justificou a destinação de um local apropriado para a instalação de indústrias. Em 1977, a prefeitura municipal criou o Núcleo Industrial de Campo Grande. Só que entre os motivos para a formação do núcleo estão a rivalidade existente entre o norte e o sul de Mato Grosso uno.

“Naquele período havia uma disputa muito forte entre Campo Grande e Cuiabá. Como o Garcia Neto, governador de Mato Grosso à época, criou um distrito industrial em Várzea Grande, a resposta do então prefeito de Campo Grande, Levy Dias, foi a criação do Núcleo Industrial do Indubrasil”, recorda o economista Eduardo Marcos da Silva.

Campo Grande 124 anos: conheça curiosidades da indústria na Capital morena

O Indubrasil foi implantado em uma área de 200 hectares localizada na região oeste da cidade, às margens da rodovia BR-262, e que conta com 80 lotes entre 5 mil e 10 mil metros quadrados, nos quais se instalaram empreendimentos industriais de diversos segmentos.

Década de 1980: primeira lei de incentivos fiscais para a indústria de MS

 Nos primeiros anos como capital de Estado, Campo Grande viveu um novo ciclo de crescimento econômico e expansão populacional. A cidade tornou-se um espaço atrativo para investimentos industriais de empresários locais, nacionais e internacionais. Para garantir segurança jurídica ao ambiente de negócios e permitir um crescimento ordenado das empresas, foi criada em 1984 a primeira legislação estadual de incentivos fiscais ao setor industrial.

Campo Grande 124 anos: conheça curiosidades da indústria na Capital morena

A Lei Estadual 440/1984 instituiu o Conselho de Desenvolvimento Industrial do Estado de Mato Grosso do Sul, formado secretários estaduais e presidentes de entidades setoriais. A Fiems fez parte desse conselho, que tinha a prerrogativa de estabelecer a política de desenvolvimento industrial do Estado. Para contar com benefícios fiscais, as empresas precisavam demonstrar capacidade de geração de empregos diretos, formas de aproveitamento da matéria-prima local ou incremento da arrecadação de tributos.

Primeira indústria multinacional em MS

 Em agosto de 1972, os empresários Milton Insuela Pereira e Florindo Mituo Gonda fundaram em Campo Grande a fábrica Refrigerantes do Oeste S/A, franqueada responsável por produzir e vender as marcas Coca-Cola, Fanta e guaraná Taí em Mato Grosso uno e, posteriormente, em Mato Grosso do Sul. A empresa chegou a contar com mais de 1,5 mil funcionários até ser vendida ao grupo Coca-Cola Company.

Em seu livro “E o vento não levou”, Milton Insuela Pereira narra as dificuldades enfrentadas logo nas primeiras semanas de operação fabril. “Fomos surpreendidos por um violento temporal com enorme chuva e vendaval de mais de 130 km/h. Nossa fábrica foi destelhada e semidestruída em três minutos. Máquinas, matérias-primas e 1.400 sacos de açúcar Cristal, de primeira, foram expostos à enorme chuva! Prejuízo total”, conta no livro o empresário, falecido em 2021.

Planejamento urbano de Campo Grande prevê polos industriais

Ruas largas e áreas verdes são características marcantes do planejamento urbano de Campo Grande. Esse crescimento ordenado da cidade reflete-se também no setor industrial. Atualmente, a capital sul-mato-grossense conta com quatro polos para impulsionar ainda mais o desenvolvimento econômico regional. Essas áreas fazem parte de uma estratégia do poder público para incentivar e atrair novas empresas à cidade.

Em maio de 2001 foi criado o primeiro polo industrial, o Wilmar Lewandowski (Sul) situado no bairro das Moreninhas. Três anos depois, em novembro de 2003, nascia o polo empresarial Paulo Coelho Machado, no bairro de mesmo nome. No ano seguinte, em março de 2004, foram criados os polos com maior concentração de indústrias, o Miguel Letteriello (Norte) e o Cônsul Nelson Benedito Netto (Oeste).

Foto de capa: DRONE CAMPO GRANDE

Políticos destacam “Capacidade de Diálogo, Gestão e o Trabalho” de Adriane na Capital

Políticos destacam “Capacidade de Diálogo, Gestão e o Trabalho” de Adriane na Capital

A entrega da obra de duplicação e revitalização da Avenida dos Cafezais foi palco de diversas manifestações de apoio e reconhecimento à capacidade administrativa e de diálogo da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes. O vice-governador Barbosinha, o deputado federal Vander Loubet, o secretário Hélio Peluffo, da Seilog, vereadores e lideranças aproveitaram o evento para fazer comentários positivos sobre os resultados alcançados pela gestora campo-grandense.

“Adriane é uma mulher de fé, de família, trabalhadora e que sabe dialogar”, afirmou o vice-governador Barbosinha, que no ato representava o governador Eduardo Riedel, que estava em São Paulo.  Barbosinha disse que a Capital “está no caminho certo”, observando que obras como a modernização da Cafezais “melhoram até o humor das pessoas que chegam mais cedo em casa”.

O vice-governador disse ainda que o Governo do estado fará mais R$ 30 milhões de investimento na região das Moreninhas e que o compromisso municipalista do governador vai ser ampliado em Campo Grande e nos demais municípios do Estado. “Vamos solidificar essa parceria”, pontuou.

Na mesma linha, o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado, ex-prefeito de Ponta Porã, Hélio Peluffo, ressaltou o esforço da prefeita para equilibrar as contas do município, o que permitiu a participação do Estado com R$ 52 milhões para retomada de importantes obras de infraestrutura urbana. Hélio disse que o apoio será para todos os municípios “e na Capital não será diferente, porque as pessoas moram nas cidades”.

O coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, Vander Loubet, disse que os resultados acontecem quando as lideranças eleitas pela população somam as forças para melhorar os municípios. Ele lembrou que estava junto com Adriane no palanque de Eduardo Riedel no segundo turno das eleições de 2022 e que nada mais correto do que a parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado “pra beneficiar a população”.

Vander disse que dos R$ 44 bilhões que o novo PAC pretende investir em MS, cerca de R$ 5,7 bilhões virão para Campo Grande e que a prefeita Adriane Lopes pode contar com o seu apoio e da bancada federal. “Mulher tem mais sensibilidade para dialogar e buscar os recursos que a população precisa”, assinalou Vander, frisando que lidera a bancada “olhando a floresta e não a árvore”.

“A prefeita Adriane Lopes está surpreendendo com a sua dinâmica”, reconheceu o vereador Júnior Coringa, que falou pela Câmara de Vereadores na solenidade de entrega da duplicação da Avenida Cafezais. O vereador Airton Araújo foi na mesma linha, parabenizando a prefeita pelo excelente trabalho.

“Quando a classe política se une e constrói como está acontecendo agora em Campo Grande, quem ganha é a população”, afirmou o deputado estadual Lídio Lopes, falando em nome da Assembleia Legislativa. Hoje, com essa entrega, estamos dando mais um exemplo de que trabalhamos para trazer o melhor para Campo Grande, a Capital de todos os sul-mato-grossenses”, concluiu.

UEMS atende pedido de Beto Pereira e instala curso de Direito nas Moreninhas

UEMS atende pedido de Beto Pereira e instala curso de Direito nas Moreninhas

Após ouvir a comunidade da região das Moreninhas, um dos bairros mais populosos de Campo Grande, o deputado federal Beto Pereira (PSDB/MS) solicitou ao reitor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Laércio Alves de Carvalho, a instalação do curso de Direito no polo localizado na Moreninha I. A Universidade atendeu a reivindicação do parlamentar e anunciou na noite desta segunda-feira (14) a implantação do curso de Direito nas Moreninhas. Essa será a terceira graduação na unidade da região Sul de Campo Grande e que conta com uma população de aproximadamente 40 mil pessoas.

Para o parlamentar federal, a graduação tem objetivo de suprir a necessidade de formação e capacitação de uma das localidades mais populosas da Capital sul-mato-grossense. “A educação superior precisa ser acessível e inclusiva. Esse polo da UEMS nas Moreninhas garante a oportunidade do acesso a uma universidade pública, que é um grande anseio de toda a região e o curso de Direito vem ao encontro das necessidades dos jovens do local”, disse o deputado.

A solicitação do curso de Direito é um antigo desejo das famílias que residem na região. Hoje, o polo de formação das Moreninhas oferta os cursos de Administração Pública e História na Escola Estadual Waldemir Barros da Silva. “Levar a universidade onde estão os estudantes é um passo importante para formar cada vez mais bons profissionais. Esse polo da UEMS das Moreninhas é um modelo para outras unidades que vão surgir no Estado. O Governo de Mato Grosso do Sul está investindo em educação superior que atenda quem realmente precisa”, afirmou o Secretário Estadual de Educação, Hélio Daher.

O estudante Wesley Ribeiro, morador das Moreninhas, comemora a chegada do novo curso da UEMS na região. “Para nós jovens, ter uma universidade pública e de qualidade como a UEMS perto de casa facilita o nosso acesso a um curso que é o sonho da nossa comunidade. Estou muito contente com a vinda do curso”, afirmou.

“Se hoje estamos reunidos aqui é por uma causa nobre: levar ensino superior para aqueles que realmente precisam. O curso de Direito é uma demanda da comunidade e vamos concretizar esse sonho graças a parceria da Bancada Federal, principalmente do deputado Beto Pereira, que tem sido um grande parceiro da UEMS e das Moreninhas”, ressaltou o reitor da Universidade Estadual Laércio Carvalho.

Unidade das Moreninhas – Em 2023, a UEMS criou a Unidade Moreninhas com dois cursos ofertados: Administração Pública (Bacharelado) e História (Licenciatura). Ambas são realizadas no período noturno. O polo de formação fica localizada na Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, no Bairro Moreninha I, e conta com 16 salas distribuídas em dois pisos, dessas, três são laboratórios de informática; no piso térreo possui mais dois laboratórios de informática e quatro de base científica, além de 1 quadra poliesportiva coberta. A previsão é de que o curso de Direito comece a funcionar no início de 2024 com 40 vagas disponíveis.

Tereza Cristina diz que trabalho de Adriane “Recupera a cidade e dá dignidade às pessoas”

Tereza Cristina diz que trabalho de Adriane “Recupera a cidade e dá dignidade às pessoas”

A senadora Tereza Cristina disse que a prefeita Adriane Lopes vem recuperando a cidade gradativamente “e entregando dignidade para as pessoas” que vivem na Capital. Ao lado do governador Eduardo Riedel no lançamento da revitalização da Avenida Duque de Caxias, Tereza afirmou que a ação permanente e constante da Prefeitura no centro e nos bairros está fazendo a diferença.

“Por isso as parcerias são importantes, porque o dinheiro que vem para Campo Grande é bem administrado e vai direto para ações pontuais mas prioritárias”, argumentou a senadora, dizendo que o município também devolve a dignidade às pessoas com suas ações.

Tereza Cristina exemplifica a importância da melhoria da Avenida Duque de Caxias, entre o Aeroporto internacional e o Indubrasil: Quando estiver pronto, as pessoas, os turistas, que chegarem aqui vão dizer: olha que cidade bem cuidada, sem contar o benefício para os milhares de campo-grandenses que usam essa via para o seu ir e vir diário.

Duque de Caxias

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, acompanhada da senadora Tereza Cristina e do governador Eduardo Riedel, lançou nesta segunda-feira, dia 14, a obra de recapeamento da Avenida Duque de Caxias, com investimentos de R$ 16 milhões de recursos próprios, do Governo do Estado e com verbas viabilizadas pela bancada federal do Estado, via Orçamento Geral da União.

“Cerca de 100 mil pessoas residem nessa região da nossa cidade, é a entrada do Pantanal e pretendemos revitalizar essa Avenida porque sabemos da importância do Pantanal para a nossa Capital. Quantos visitantes recepcionamos em um ano que percorrem o interior do nosso Estado passando pela nossa cidade, os moradores do interior também que passam por aqui, um dos acessos mais importantes da nossa cidade”, afirmou Adriane Lopes durante o evento, realizada em frente à Escola Municipal Frederico Soares, na Vila Popular.

O recapeamento da Avenida Duque de Caxias faz parte do calendário festivo dos 124 anos de Campo Grande. O projeto de execução de obras estruturantes da região do Imbirussu, receberá recursos de R$ 24,54 milhões em duas etapas.

Na primeira fase serão 6,3km de drenagem, 5,91 km de pavimentação, 3.44317 metros quadrados de restauração, 12.259,39 metros de guias e sarjetas, 13.782,13 metros quadrados de calçadas com acessibilidade, 3,15 km de ciclovia e sinalização vertical e horizontal.

Na segunda fase são 3,76 km de drenagem, 1,4 km de pavimentação, 2.948,11 metros de guias e sarjetas, 4.336,72 metros quadrados de calçadas com acessibilidade, 1,4 km de ciclovia e sinalização vertical e horizontal.

Incra promove o 1º Encontro Estadual de Alinhamento Estratégico para impulsionar desenvolvimento Agrário  

Incra promove o 1º Encontro Estadual de Alinhamento Estratégico para impulsionar desenvolvimento Agrário  

Campo Grande/ MS – A Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Mato Grosso do Sul realizou de 8 a 10 de agosto, o 1º Encontro Estadual de Alinhamento Estratégico. O evento, reuniu servidores, colaboradores e coordenadores de todos os núcleos municipais, em uma iniciativa inovadora visando fortalecer a reforma agrária no estado.

A iniciativa foi realizada no auditório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, e contou com a presença de representantes de 37 municípios com mais de 150 inscrições, reafirmando o compromisso com a causa e a importância do diálogo colaborativo.

O superintendente do Incra/MS, Paulinho Roberto, ressaltou a importância dessa nova abordagem para o Instituto, destacando que esses encontros serão uma constante no novo modelo adotado. “Neste primeiro encontro, temas cruciais como titulação, CCUs, georeferenciamento e regularização foram minuciosamente discutidos. Esta capacitação inaugura uma troca de conhecimento que serve como base para um trabalho verdadeiramente democrático”, enfatizou.

A gestão pioneira do Incra/MS deixa evidente seu compromisso com a humanização e o respeito a todos os envolvidos no projeto de reforma agrária. Além disso, a modernização dos mecanismos de articulação e interação com órgãos e movimentos é uma marca indelével desse novo capítulo.

O evento contou com a participação da Coordenadora-Geral do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Marina Nunes, o Reitor da UFMS, Marcelo Turine, a diretora-presidente da Fapec, Nilde Brum, o deputado estadual, Zeca do PT, entre outras autoridades.

Marina Nunes destacou a importância desse momento para a agricultura familiar do país e ressaltou que mulheres e jovens receberão atenção especial nas linhas de crédito entre elas, o Plano Safra.

Consciente do atual cenário de reestruturação, a equipe do Incra/MS está comprometida em buscar novas fontes de financiamento e oportunidades para os assentados. A regularização fundiária, o incentivo e o fomento emergem como diretrizes e metas urgentes de atuação, conforme enfatizado por Paulinho Roberto.

Este encontro sinaliza um novo horizonte para a reforma agrária em Mato Grosso do Sul, respaldado por um compromisso incansável com a justiça social e o desenvolvimento sustentável. A dedicação à construção de uma sociedade mais equitativa e próspera é o norte que guia cada passo dado pela equipe do Incra/MS.

Saiba qual o significado da imagem da Virgem Maria em cima de um carro de boi na Capital

Saiba qual o significado da imagem da Virgem Maria em cima de um carro de boi na Capital

As mais de cinco mil pessoas que já passaram pela Cidade de Maria durante 21ª Festa de Nossa Senhora da Abadia, padroeira da arquidiocese de Campo Grande, nos Altos da Avenida Afonso Pena, se depararam com a imagem de Maria Santíssima, sobre um carro de boi na entrada do evento. Mas muitos devem ter se perguntado: por que ela está ali? Pois bem, o pároco do Santuário Nossa Senhora da Abadia, padre Paulo Vital, conta pra gente esse significado.

A devoção

“A devoção a Nossa Senhora da Abadia chegou em Campo Grande pelas mãos de um dos mineiros que vieram junto com os fundadores mineiros, especialmente pelo senhor Elizeu Ramos. Estamos falando do século passado, 1905 quando, em sinal de gratidão pelas preces atendidas, principalmente por sua saúde e empreitada para se estabelecer com sua família em terras morenas”, contou o pároco.

Segundo ele, seo Ramos espalhou por toda a região essa devoção com um estandarte, se deslocando a pé ou a cavalo. Assim o fez até que, em 1912, após arrecadar os recursos com a comunidade, adquiriu a imagem da Virgem Maria de origem francesa em São Paulo – capital e a trouxe até Três Lagoas de trem. De lá, a imagem seguiu até Água Clara em lombo de burro e de Água Clara a Campo Grande em carro de boi.

Levando em conta que a distância em linha reta entre Três Lagoas e Campo Grande hoje, com toda a infraestrutura de pavimentação e acostamentos, é de 333 quilômetros, e que uma viagem de carro chega a durar quatro horas e vinte e três minutos, desperta em nós a curiosidade sobre como deve ter sido essa viagem, quanto tempo seo Elizeu demorou para chegar em Campo Grande? Estamos falando de viagens de trem, no lombo de um burro e em cima de um carro de boi, o que por si só já se caracteriza um grande milagre

O caminho

De acordo com o sacerdote que hoje dedica sua vida a devoção de Nossa Senhora da Abadia, padre Paulo, a imagem seguiu em lombo de burro, de fazenda em fazenda, até a fazenda Campo Alegre, em Água Clara, onde foi realizada uma grande recepção com terços, ladainhas, orações, louvores e refeição para mais de duzentas pessoas. Nas fazendas Bom Jardim e Pontal, armou-se um andor enfeitado com flores e se formou um verdadeiro cortejo, seguindo todos a pé a imagem no carro-de-boi. A última parada aconteceu na fazenda Aguadinha ou Rancharia, hoje região da saída para Três Lagoas, onde ainda fizeram terços e mais orações. De lá saiu para ser recepcionada com grande festa no dia 3 de agosto de 1912, para a então Comarca de Campo Grande.

A Festa da Acolhida

A imagem de Nossa Senhora da Abadia entrou com grande multidão de pessoas em procissão em Campo Grande no dia 3 de agosto de 1912, pela atual Rua Barão de Melgaço. As casas a esperavam com toalhas e flores nas janelas em meio a cânticos religiosos, banda de música e estouro de foguetes.

Os potentes “vivas” tomaram conta da emoção de todos os presentes. A Santa foi recepcionada num barracão especialmente feito pra isso na Rua 26 de Agosto, no qual se dançava a catira, como era de costume, ao som do violeiro-cantador Bento Gomes Benjamim, um mato-grossense de Santana do Paranaíba, proprietário da conhecida “Pensão Bentinho”. Além disso, havia muitas comidas típicas da época, vinho estrangeiro, sem falar na grande fogueira e nos fogos de artifício.

Entronização e Coroação

Em 9 de agosto de 1912, a imagem de Nossa Senhora da Abadia foi conduzida até a pequena e modesta Igreja de Santo Antônio de Pádua, localizada na Rua 15 de Novembro. Os festejos iniciaram e a imagem foi coroada no dia 15 de agosto, na Solenidade da Assunção, ocasião em que muitas pessoas acorreram pedindo graças e bençãos. E a presença de Nossa Senhora da Abadia prenunciava um novo tempo para Campo Grande. À época, a população da cidade era de cerca de mil e duzentos habitantes. Vivia-se um momento de certa glória e euforia, pois recentemente, em 12 de maio de 1911, havia sido criada a Comarca de Campo Grande, com a nomeação do primeiro juiz de direito.

Padroeira

O Papa Pio XII, ao instituir a Diocese de Campo Grande, desmembrando-a da Diocese de Corumbá, em 15 de junho de 1957, por meio da Bula Papal Inter Gravíssima, também instituiu Nossa Senhora, sob o título da Abadia, como Padroeira da nova Diocese. O primeiro Bispo foi Dom Antônio Barbosa, cuja ereção canônica ocorreu em 24 de maio de 1958. Atualmente, a Arquidiocese de Campo Grande é formada pela nossa Capital e pelos municípios de Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Bandeirantes, Jaraguari, Corguinho, Rochedo e Terenos e pelo Distrito de Anhanduí.

Abadia Casa do Pai, intercessora das causas imobiliárias

Imagem foi entronizada no primeiro dia da festa. (Foto: Willian Kinoshita)

Observando as várias graças alcançadas por fiéis no ramo imobiliário com a compra ou a venda de imóveis que pareciam estar travados, padre Paulo formulou a Novena em homenagem a Virgem, o que tem levado muitas pessoas à essa devoção. Abadia quer dizer Casa do Pai e muitos relatos têm sido anunciados em nome dela.

Por essa e outras, o Santuário Nossa Senhora a Abadia está em festa. O que antes era Cidade do Natal agora se transformou em Cidade de Maria com os festejos em nome da padroeira que começaram no dia 3 de agosto e vão até o dia 13 com muitas opções religiosas, culturais e gastronômicas para a família, também celebrando o aniversário de 124 anos de Campo Grande, a Capital de Mato Grosso do Sul.

Vivianne Nunes