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Bela Vista-MS Sábado, 20 de Abril de 2024
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Dizem as más línguas que Andrés Sanchez transformou-se no “Lula” do Corinthians

Ninguém está entendendo nada. Afinal, o técnico Tite deveria ter sim aceito o convite da CBF para dirigir a seleção brasileira na última terça-feira. Por vários motivos. Primeiro, é unanimidade nacional. Até o “cone” da Copa 2014, o Fred (hoje no Atlético Mineiro) deu a maior força. O polêmico Romário, o Senador rifando o apoio do “impeachment” de Dilma no Congresso, gozou Dunga e atirou pétalas de rosa em Tite, sem falar de todo torcedor de bom senso em  nosso País. O corintiano dá de mil a zero em Dunga e, sem dúvida, com um mínimo de apoio, iria longe com a Canarinho.

O quê, então, emperrou a máquina? Sem dúvida a “queda de braço” entre o atual deputado federal Andrés Sanchez e o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero. O ex-presidente corintiano não esconde nem do porteiro do Parque São Jorge o desejo de assumir a CBF. Impetuoso, ousado, bom administrador e com uma boa dose de “malandragem” no bom sentido, acredita ser o homem certo para levantar o esporte. Vem trabalhando essa possibilidade nos bastidores da bola há tempos. Só está esperando uma abertura, uma oportunidade, uma bobeada de Del Nero, ou uma brecha na Lei para dar o bote.
Mas se Tite deixar o Corinthians (casa de Sanchez, onde manda e desmanda), o dirigente perde a força. Não foi à toa que saiu dizendo por aí que o treinador do Timão seria “burro de aceitar o convite”. Exatamente porque Sanchez têm planos, metas e quer o poder na CBF. E vai levar Tite com ele. Del Nero, esperto, sabe dos trunfos, dos prós e contras do inimigo, e foi direto na veia, ou seja, fazer Tite mudar de lado e tirar a maior carta sob a manga do adversário.
Bem, e a seleção brasileira? Ainda temos eliminatórias pela frente e o futebol pentacampeão virou um deboche no mundo inteiro. Levou gol do Haiti na Copa América Centenário. Foi desclassificado pelo fraco Peru com gol de mão. FBI caça cartolas onde tem jurisdição ativa. Estamos no fundo do poço. E agora, José? Pois é, de novo a bola nacional se resume à briga de dois “caudilhos”, como nos tempos de Havelange x Giulite Coutinho, Ricardo Teixeira x Nabi Abi Cheddid, lá trás Almirante Heleno Nunes e Havelange, quando importava o Poder e o futebol que se danasse. Ou seja, o tempo passa, a bola nacional continua sujeita à disputas de dirigentes vaidosos, ambiciosos, sem nada a perder (geralmente são empresários ricos e nadam em dinheiro), porém colocando absolutamente tudo a perder graças à cobiça.
Por outro lado, Tite não pode ficar no meio desse fogo cruzado. Já deveria ter caído fora há um mês atrás, quando o presidente atual do Corinthians, Roberto Andrade, disse que tinha autorizado torcedores de uniformizadas a conversarem com jogadores e comissão técnica. Isso por ser ele a “autoridade máxima no clube”. Segundo as más línguas, Tite quase pediu demissão pela empáfia e pela ingerência no ótimo trabalho desenvolvido por ele e equipe nos últimos anos. Agora, Andrade só falta ir de joelhos da CT Joaquim Grava até Aparecida do Norte para ser perdoado pelo treinador.
A crise da bola nacional é como uma moeda, tem duas caras: dentro de campo, falta um treinador competente e caiu a qualidade técnica do atleta brasileiro; e fora de campo, organização está podre, corrupta, sem previsão de conserto a curto e médio prazos. O quê fazer? O mais fácil, diria o sábio Dom João VI, ou seja arrumar dentro de campo. Tite é a solução mais viável hoje e fim de papo. Que Del Nero e Andrés deixem de frescura e pensem um pouco, apenas um pouquinho só no querido, esquecido e largado Brasil
E tenho dito!
Chico Lang