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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 23 de Janeiro de 2025

A história da ‘Vila Nova’ – que infelizmente alguém de mau gosto resolveu mudar o nome para Nova Bela Vista – e a de José Delmiro da Silva, o Cabo Delmiro, sempre se confundiram. E no último dia 19 de dezembro, infelizmente, as duas histórias tiveram um dos seus capítulos mais tristes. Nove dias após completar 80 anos de vida, o Cabo Delmiro foi derrotado pelo Parkinson e o Alzheimer.

O guri nascido lá em Lins, interior de São Paulo, em 10 de dezembro de 1944, e que depois se mudou para o Distrito de Cristalina, em Caarapó, onde trabalhou nas lavouras de café até se tornar um jovem militar e servir ao exército aqui pela terras fronteiriças, conheceu Júlia Souza da Silva, em Caracol, no início dos anos 60, e com ela construiu sua família.

Cabo Delmiro e Dona Júlia tiveram quatro filhos, três homens e uma mulher: Josemir Delmiro da Silva, Almir Delmiro da Silva, Joarir Delmiro da Silva e Ivone Delmiro da Silva.

No final dos anos 70 e, principalmente, na década de 80, todas as ruas do bairro pareciam conduzir as crianças e suas peraltices à esquina em que ele morava e era um dos proprietários do bolicho da ‘Dona Júlia’, ponto certo também dos nossos pais fazerem parte das compras domésticas. E foi ali que por muito tempo vendeu-se os melhores doces, que construíram as melhores infâncias.

Homem sério, de respeito, por vezes um militar sisudo que botava medo em guri arteiro, mas que ao mesmo tempo sempre surpreendia com uma brincadeira, uma piada, e aglutinava em sua volta a criançada de toda vizinhança para brincadeiras de rua, bandeirinha, trompo, as vezes umas broncas, e toda prática de esportes, atividade que preservou na sua rotina até há alguns anos.

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As ruas da nossa infância não existem mais, ganharam asfalto, calçadas; a vizinhança já não é a mesma, muitos se foram, tantos outros chegaram, o destino traçou inúmeros caminhos diferentes. O fim de tarde empoeirado virou só lembrança, mas o pôr do sol ainda continua o mesmo. E assim como os bons tempos, o Cabo Delmiro permanecerá vivo em cada um de nós, porque só morre quem é esquecido!