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Bela Vista-MS Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
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CPI aperta o cerco contra advogado do Cimi (Foto: Patrícia Mendes)

A CPI do Cimi aprovou na quarta-feira (9) a condução coercitiva do advogado indígena Luiz Henrique Eloy, que foi convocado a depor, mas conseguiu um Habeas Corpus com pedido de liminar e não compareceu.

Entretanto, a liminar concedida pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) garante que ele permaneça em silêncio, mas não desobriga o advogado a comparecer para depor.

Por esse motivo, segundo a presidente da CPI, deputada Mara Caseiro (PSDB), foi aprovada a condução coercitiva.

“Até em respeito ao nosso trabalho, porque o tempo está correndo e os integrantes do Cimi usam de subterfúgios para não falar”, comentou.

No pedido de liminar, Eloy alegou que seu depoimento poderia violar o sigilo profissional, uma vez que presta serviços ao Cimi desde 2012 e que as informações prestadas por seu cliente são confidenciais.

Na opinião de Mara Caseiro, não há motivos para o advogado não comparecer, já que o Cimi alega ser inocente das acusações de instigar e financiar invasões de propriedades privadas em Mato Grosso do Sul.

Estavam agendados os depoimentos de três outros indígenas nesta tarde – Edson Candelário, Professor Estevinho e Cacique Ramão. Entretanto, eles também não compareceram.

Na sessão anterior, o deputado Pedro Kemp (PT) se encarregou de viabilizar a convocação dos indígenas. Mas, para isso, solicitou apoio da Funai (Fundação Nacional do Índio), que se eximiu da tarefa.

Todo esse processo acarretou em atraso nos trabalhos da CPI, pois uma nova convocação terá de ser feita.

INDÍGENAS ARMADOS CONTRA FAZENDEIROS

Apesar de não ter sido convocado pela CPI, o índio terena Rubson Ferreira de Oliveira, de Dois Irmãos do Buriti, se ofereceu para depor nesta tarde, alegando ter informações importantes para colaborar com as investigações.

Ele apresentou um áudio onde conversa com o ex-vereador Percedino Rodrigues sobre aquisição de armas de fogo para municiar indígenas de Dois Irmãos do Buriti.

Segundo Rubson, esse áudio foi entregue ao então presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos. Conforme a denúncia, o Cimi teria financiado a compra de armas, que eram compradas pelos indígenas no Paraguai. Um carro da prefeitura teria sido utilizado para transporte.

O depoente também confirmou que o Conselho Indigenista Missionário incita e financia invasões de propriedades na região. De acordo com o indígena, o órgão apóia as invasões com alimentação, carros, lonas e caminhões para transportes.

“Eu presenciei isso em uma reunião no escritório do Cimi, que ficava na esquina da avenida Afonso Pena com a Ernesto Geisel”, confirmou.

Rubson também disse que o Cimi “joga” os índios contra os fazendeiros, além de colocar mulheres e crianças à frente das chamadas “retomadas”, a fim de respaldar o grupo.

“O pessoal do Cimi não fala diretamente com os índios, eles fazem a cabeça do líder da aldeia, que tem forte influência sobre o restante do grupo”, detalhou.

PRÓXIMAS OITIVAS

A deputada Mara Caseiro informou que mais três nomes estão aprovados para a oitiva da próxima terça-feira (16).

Devem ser ouvidos o presidente nacional do Cimi, Dom Roque Paloschi, o coordenador regional do órgão, Flávio Vicente Machado, e o vereador Cledinaldo Cotócio.