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Bela Vista-MS Sábado, 20 de Abril de 2024
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Edson Giroto chega ao presídio (Foto: Marco Miatelo/Diário Digital)

Os quatro que continuam presos durante a segunda fase da operação Lama Asfáltica foram transferidos na tarde de segunda-feira (16) para o Centro de Triagem “Anízio Lima” que fica ao lado do Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande. Eles estão presos desde o dia 10 de maio e estavam na Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).

De acordo com o G1, o empreiteiro João Amorim, o ex-deputado federal Edson Giroto (PR), o ex-diretor da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Wilson Roberto Mariano de Oliveira, e o empresário do interior de São Paulo, Flávio Henrique Garcia, estão juntos em uma cela com outros 20 detentos, que têm formação superior.

Segundo o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa, a cela tem chuveiro de água quente, televisão e está com lotação máxima. Ele vão receber três refeições diárias – café da manhã, almoço e janta – e terão direito a banho de sol.

Os quatro tiveram a prisão temporária convertida em preventiva – quando não há prazo final – no último sábado. Além deles, também tiveram a prisão preventiva decretada a filha do ex-prefeito de Paranaíba, Mariane Mariano, por estar em fase de amamentação, a advogada Raquel Giroto, mulher do ex-deputado federal Edson Giroto (PR), por ela ser advogada e ter uma filha de 7 anos, Elza Cristina Araújo dos Santos, advogada, secretária e sócia de João Amorim e Ana Paula Amorim, filha de Amorim presa no Rio Grande do Sul. Elas conseguiram o benefício da prisão domiciliar.

No último sábado (14) terminou o prazo da prisão temporária e foram libertados a ex-diretora-presidente da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Maria Vilma Casanova Rosa, Ana Cristina Pereira da Silva, Evaldo Furrer Matos, Renata e Ana Lúcia Amorim, filhas de Amorim. O ex-servidor da Agesul, Hélio Yudi, deixou a delegacia na sexta-feira (13).

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Investigação

As investigações sobre o suposto esquema de corrupção teve início em 2013. Na primeira fase da apuração, foi verificada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos.

Em análise a material apreendido na primeira fase da operação, a CGU e a Receita Federal verificaram indícios de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação  de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.

Primeira fase

No último mês de fevereiro, o MPE-MS (Ministério Público do Estado), denunciou 40 pessoas por envolvimento em corrupção em obras públicas de Mato Grosso do Sul. Esses denunciados tinham sido investigados pela PF. Na época, R$ 84 milhões em bens foram bloqueados.

A operação foi deflagrada em 9 de julho de 2015, cumprindo 19 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e em empresas que tinham contratos com o poder público.

A PF e a Receita Federal também foram à Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura). De acordo com o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, quatro servidores foram afastados na época.

Na lista de obras investigadas na primeira fase estão o Aquário do Pantanal e as rodovias MS-171, MS-228 e MS-187. Todas foram executadas na administração de André Puccinelli (PMDB). Na época, a assessoria do ex-governador informou que “todas as contratações seguiram rigorosamente a legislação vigente e aplicável ao caso” e “os pagamentos efetuados foram feitos após verificação dos fiscais de cada uma das obras.