Campo Grande (MS) – De olho no mercado de alimentos orgânicos, que conquista cada vez mais consumidores, os agricultores familiares do município de Bodoquena, decidiram apostar nessa linha de produção sustentável, e para isso contou com incentivos e os serviços de assistência técnica da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). O marco dos investimentos nesse setor, aconteceu na quarta-feira (24), em que a Associação dos Pequenos Agricultores da Região do Distrito de Morraria do Sul, promoveu a primeira entrega de mandioca e abobrinha orgânica em mercados, hotéis e restaurantes de Bonito, cidade tida como cartão postal do ecoturismo de Mato Grosso do Sul.Em Bodoquena, a produção orgânica de mandioca e abobrinha está sendo feita por 35 famílias agrícolas, residentes no Distrito de Morraria do Sul. Somente nesse primeiro momento, foram comercializados cerca de 200 quilos dos alimentos em 10 estabelecimentos de Bonito.
“Nosso objetivo é formar uma clientela fixa em Bonito, já que a cidade tem grande potencial turístico-econômico, contando com redes de supermercados, bares e hotéis que estão sempre de olho no que há de melhor no ramo da alimentação. E o diferencial de nossos produtos está no cultivo sem o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, e na higienização, com o processo de embalagem a vácuo” afirma Hilário Cabreira, presidente da Associação dos Pequenos Agricultores da Região do Distrito de Morraria do Sul.
O cultivo orgânico em Bodoquena faz parte do projeto Tempo de Empreender, financiado pelo Instituto Camargo Correa e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em parceria com a Agraer e o Instituto Meio, do Estado de São Paulo.
O engenheiro agrônomo e técnico da Agraer de Bodoquena, Airton Garcez, explica que além do sistema de produção sustentável, a produção de mandioca e abobrinha na comunidade local leva em conta também os estudos do solo e clima que a Agência realizou na região. “O projeto é a junção de boas práticas de cultivo e manipulação de alimentos com os serviços de pesquisa e assistência técnica da Agraer”, explica Garcez.
Certificação de Qualidade
O próximo passado agora, segundo Hilário Cabreira, é garantir a Certificação Orgânica Participativa, através da APOMS – Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul, com sede em Glória de Dourados. “Queremos o selo tanto para a Associação de Morraria do Sul como para o assentamento de Sumatra. Ele garante qualidade ao consumidor e ainda resguarda a competitividade das cooperativas em licitações, por exemplo, do PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar]”, explica o presidente da Associação do Distrito de Morraria.
A previsão é de que o selo seja aprovado no segundo semestre de 2015. “A certificação será um marco para os produtores rurais em Bodoquena, pois assegura a procedência e qualidade dos alimentos para comerciantes e consumidores”, avalia o técnico da Agraer Airton Garcez.